Sempre achei o Google uma ferramenta genial. É possível encontrar tudo (absolutamente tudo!) no Google. Essa semana eu tive a prova maior disso.
Eu ‘tava' com uma vontade danada de comer bolo. Como estamos economizando, achei que era melhor fazer um do que comprar um pronto. Até porque bolo é uma das poucas coisas que eu sei fazer.
Olhei na geladeira e vi que o ovo tinha acabado.
Resolvi recorrer ao meu amigo Google na esperança de que o mesmo me mostraria uma receita de bolo sem ovo.
Pronto! Um clique e lá estava: Bolo sem ovos.
Checando mais uma vez os ingredientes, vi que não tinha manteiga. Pensei – Bom, as vezes dá pra eu substituir a manteiga por óleo.
OK. Vai dar certo.
Como se não bastasse, peguei o galão de leite e percebi que não tinha nem meia xícara.
Já desistindo da idéia de comer bolo, resolvi consultar o Google mais uma vez, sem muita esperança.
Para minha surpresa, lá estava: Bolo de chocolate sem ovo, sem manteiga e sem leite. [!!!] Quase não acreditei! Então tive que fazer pra testar. O link está aqui pra quem quiser. Ficou uma delícia!
Enquanto degustava aquela maravilha feita pela minha pessoa, comecei a refletir sobre minha vida antes do Google. É tão natural usar o Google pra tudo que parece até brincadeira pensar que existia uma época (muito distante, há uns 10 anos atrás), sem ele.
Naquele tempo, eu fazia as pesquisas da escola com a ajuda de enciclopédias, que as vezes eu tinha que pegar emprestado na casa da vovó. Quando eu não achava o que eu queria, perguntava sobre o assunto pra minha mãe, com a plena consciência de que ela, por ser gente grande, sabia de tudo. Ela então dava um jeito de me arrumar outra enciclopédia.
Ao invés de usar o Google Maps, eu tinha duas listas telefônicas. Não sei se vocês lembram mas as listas telefônicas tinham um mapa da cidade nas primeiras páginas. Então eu usava uma lista para consulta e a outra eu arrancava a página pra levar comigo. Era um sistema incrível que funcionava muito bem! Agora, em relação ao número do ônibus que eu tinha que pegar, nem sei, acho que alguém sempre sabia, era só perguntar no ponto.
As músicas que eu escutava estavam nas rádios ou em CDs. A letra das músicas eu anotava à mão, em um caderno, fazendo um esforço enorme pra lembrar as da rádio, e tocando/pausando mil vezes as dos CDs que não continham as letras no encarte. Por causa disso eu cantei por anos “na madrugada vitrola rolando um blues trocando de biquíni sem paraaaaar”. Eu achava estranho um estilo musical ficar trocando de biquíni sem parar, mas não tinha como eu confirmar, pensei que fosse uma metáfora, sei lá. Outra clássica é “amarelo deserto e seus temoreeees”, do Djavan. E não posso me esquecer da minha habilidade na língua inglesa naquela época cantando “Otherside” do Red Hot Chilli Peppers. Essa eu não tentei escrever no caderno, mas eu cantava mais ou menos assim: “Hellooo, helloooo, wilaslaiiii! Seporina saaa ai ai aaai adooonnn!”. Maravilha!
Quando eu ouvia uma música na MTV e não sabia de quem era, esperava dias pra tal música passar de novo pra descobrir e, aí sim, virar fã da tal banda. Na última das hipóteses eu perguntava pra um amigo - hey! você sabe quem canta aquela música assim lala tumtu ta tum lalala? - sei! é a banda tal! - ohhh! eles são demais né? - é!
Claro que não é só o Google que chegou e mudou tudo, mas se eu for entrar em detalhes, vou acabar escrevendo um livro...usando referências encontradas no Google ;)
Enfim, apesar de ter saudades dos velhos tempos, eu amo o Google. E se ele não existisse, bom, eu teria ingerido menos calorias essa semana.
ps: Tenho que confessar que também não tinha bicarbonato, ou baunilha, então ignorei essa parte da receita. xx