Wednesday 2 July 2014

Spreepark and a good story


Viajar tem seus altos e baixos. Assim como tudo na vida. Parece que estamos sempre vivendo em uma montanha russa.
Eu sei que isso pode soar um pouco "problemas de primeiro mundo" e que eu estou na europa e por isso não deveria reclamar de nada, mas a verdade é que todo mundo tem desses momentos, às vezes. A gente realmente precisa sentir frio pra apreciar o calor, etc etc. Comigo não seria diferente. A vantagem é que há sempre os momentos bons, pra equilibrar.
Dessa vez, minha baixa foi em Berlim. Eu já conhecia a cidade, então eu estava à procura de programas mais alternativos. Não sei se foi o clima, o cabelo ou a saudade, mas eu não estava nos meus melhores dias.
Eu tinha ouvido falar do Spreepark antes e vi umas fotos maravilhosas na internet. Então, comecei a pesquisar modos de chegar lá e conhecer o lugar. O que descobri foi que não era possível. Bom, se a vida é uma montanha russa, quando você já está lá em baixo, se descer mais um pouquinho é como se o carrinho saísse do trilho, certo? Eu quase desisti e resolvi ficar no apartamento, assistindo televisão alemã. Mas eu não tinha mais o que fazer, então continuei a pesquisar.
Alguns sites falavam que o parque abria em alguns dias, quando era possível pagar um guia pra te mostrar o local. Ninguém sabia quando eles aconteciam, o que era um problema. Além disso, eu não estava muito a fim. Explorar um parque de diversões abandonado com outras centenas de pessoas e um guia, não tinha graça. Eu já sabia que o parque tinha fechado porque o dono faliu e acabou sendo preso tentando traficar cocaina do Peru pra Alemanha, e isso era tudo que eu queria saber. Pra ser sincera, ser guiada não é muito a minha cara.
De qualquer forma, o último site que dei uma olhada, falava que ainda que não fosse possível entrar, a caminhada ao redor do parque era bem legal. E foi isso que eu decidi fazer. Andei um loongo caminho de bicicleta pra chegar lá e quando cheguei, comecei um relaxante passeio, no meio de uma floresta, ao redor das grades do parque. Não dava pra ver nada além da roda gigante, muito mato e placas de "propriedade privada". Confesso que eu estava bem desapontada de não poder entrar.
Quando cheguei na metade do caminho, vi três bicicletas presas à grade, no meio do nada. Eu achei estranho e resolvi dar uma conferida. Olhei, olhei, e lá estava...um buraco enorme na grade, bem atrás de uma árvore e sem câmeras por perto.
Eu nem sequer pensei duas vezes, tranquei a bike e corri lá pra dentro, dando pulinhos de alegria. Eu estava lá no topo da "montanha russa" naquele momento! Quando o coração começa a palpitar e você sabe que a parte emocionante está por vir!
Agora, eu tenho alguns amigos que teriam se juntado a mim e a gente faria a maior festa naquele lugar. Mas indo sozinha, confesso que eu não fui tão corajosa e meio que estava com um pouco de pressa pra ver tudo e sair logo dali.
É que quando fazemos algo errado sozinhos, passam mil coisas pela cabeça, do tipo "e se os donos das três bikes não forem pessoas do bem", ou "e se me verem nas câmaras", ou "eles devem ter cachorros seguranças", ou "e se eles prenderem minha bike (que não é minha)". Engraçado que eu nem pensei que eu mesma poderia ser presa, mas a bike era um problema! hahaha. Bom, nessa hora eu comecei a ver algumas outras pessoas andando pelo lugar. Comecei a pensar se o parque estava aberto naquele dia e se as pessoas iriam perceber que eu não estava no "tour".
Mas enfim, nada disso aconteceu. (Ahhhhhhhh) Eu sei que um relato sobre a prisão na alemanha seria o máximo mas, sinto desapontá-lo,  não será dessa vez.
Tudo isso pra falar que ir pro Spreepark foi uma das coisas mais legais que eu já fiz! Ir pra lá, ver tudo, foi uma experiência incrível! Mas bom mesmo, foi entrar sem permissão! É onde estava toda a emoção da coisa!
Não quer dizer que eu vá sair por aí invadindo lugares, à procura de adrenalina e boas histórias. E mais ainda não significa que você deva. Mas me fez cair na real, ou me lembrou, que quando a gente menos espera, as coisas mudam, então a gente não precisa se preocupar tanto. A gente se preocupa demais! Tudo que eu tive que fazer foi me colocar lá, ao invés de ficar sentada em frente à tv, escutando um idioma que eu não entendo.
Porque o negócio é que...na montanha russa da vida, lá em baixo é ruim, mas se você não tiver coragem de andar no brinquedo, você nunca vai saber como é! E algumas vezes é muito, muito bom!






Quando eu saí do parque, tinham pelo menos umas 30 bicicletas lá fora, perto da minha, ao longo da grade. hahahha ;)



Tuesday 1 July 2014

The random machine, in Berlin





Um diário fotográfico de um dia de derivas por Berlim. Foram horas montada na bicicleta, percorrendo vários lugares aleatórios, com a máquina no pescoço. =)







Viktoriapark




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View from Viktoriapark (the highest natural point in Berlin)





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